Gustavo
Apesar de um coração Alentejano – herdado pelo pai – e de uma alma Ribatejana – herdada pela mãe, Gustavo nasceu na Mouraria, na velhinha Rua da Palma, no seio de um dos bairros alfacinhas mais típicos e fadistas. É caso para dizer que a singularidade que distingue Gustavo poderá ser, à partida, o resultado da pluralidade das suas origens.
Mas vejamos o seu percurso:
Desde pequeno começou a despertar interesse pela música. Aos 7 anos de idade, depois de ter participado no Festival dos Pequenos Cantores ganhando prémio de Melhor Música, iniciou aulas de piano e aos 9 anos, foi convidado para representar o Colégio Príncipe Carlos e Princesa Ana, Colégio que frequentava, num CD alusivo aos 50 anos da instituição.
Com a sua entrada no Colégio Militar (CM) aos 10 anos, nunca mais largou a música. Logo, desde o 1º ano, nesta bissecular instituição, integrou o Orfeão de Alunos, de onde surgiram inúmeros espectáculos em que participou, tocando piano, órgão, guitarra clássica e cantando.
A par dos instrumentos, Gustavo revelou-se fadista, actuando pela primeira vez em público aos 15 anos, numa casa de fados em Lisboa. Desde então começou ser convidado para outras casas e a participar em espectáculos, tendo tido a sorte e o privilégio de poder conhecer, partilhar palco e aprender com grandes vozes do fado, dos mais antigos aos modernos, podendo destacar-se: Vicente da Câmara, João Ferreira Rosa, José Freire, José Pracana, Teresa Tarouca, Rodrigo, Maria João Quadros, José da Câmara, Teresa Tapadas, Yola Diniz e António Pinto Basto, o seu mentor, o seu “padrinho”, a sua referência maior… o seu pai.
A sua paixão e devoção vai toda para o Fado, e conta já com dois trabalhos discográficos. O primeiro foi o “Solidários em tom de fado” em 2012, uma iniciativa da Santa Casa da Misericórdia para, juntamente com António Pinto Basto, Teresa Tapadas e Filipa Maltieiro, ajudarem a Unidade para Doentes de Alzheimer Papa Bento XVI da UMP. Em meados de 2013 grava o seu primeiro CD, inserido nas colecções de Fado do Povo. De referir, também, a sua participação num CD, em que diversos fadistas cantam poemas do poeta Joaquim Nogueira Marques, num CD de Vasco Braga da Costa na qualidade de instrumentista (viola-baixo) e mais recentemente, no último CD de seu pai “Eléctrico 28”, sendo o único elemento, a par de António Pinto Basto, que tem participação em todos os temas seja tocando Viola de Fado, Viola-baixo, Guitarra Espanhola ou cantando.
Depois dos seus estudos, na Universidade Lusíada em Jazz e Música Moderna e na Escola Superior de Música, Gustavo voltou à sua casa de formação, Colégio Militar, mas desta vez como professor de música.
Em espectáculos, já pôde visitar inúmeras salas de espectáculo, em países e cidades diferentes: Argélia, Japão, Espanha, Holanda, Suíça e França. Em Portugal, desde Ponte de Lima ou Vila Real de Trás-os-Montes até Altura, Faro ou Albufeira. Actualmente, podemos ver e ouvir Gustavo nas matinés do “Lisboa Menina e Moça” e todas as sextas-feiras na tradicional “Tasca do Chico” de Alfama.
Dentro duma agenda feliz e preenchida, com mais de 100 actuações por ano – eventos privados, noites de fado e as tradicionais festas das terras portuguesas – é de salientar que este interpreta, em enorme maioria, criações suas, ou seja, versos inéditos, escritos para si ou mesmo por ele próprio, no fado tradicional e inéditos em letra e música, com composições suas, com uma voz apelidada de castiça e pujante e, sobretudo, partidária da interpretação do apelidado “Fado Tradicional”. Gustavo está agora a dedicar-se à sua carreira a 100% e a sua maior forma de comunicação passa pelas redes sociais – @gustavo.fado . Está actualmente a preparar um novo projecto e o desejo é que o tempo, aliado ao seu esforço e dedicação, o revelem como mais uma grande voz da canção nacional.

